Fonte: UX design
Quando falamos em acessibilidade web, é recorrente pensar primeiro em prover recursos assistivos e conteúdos acessíveis a pessoas com deficiência visual e auditiva. Assim, ainda temos poucos recursos disponíveis para auxiliar desenvolvedores e designers de interfaces web a compreender como projetar websites que sejam acessíveis a pessoas com deficiências cognitivas ou neuronais, onde inclui-se o autismo.
Não podemos, claro, esquecer de falar da própria pessoa com TEA (Transtorno do Espectro do Autismo). Se você não considerar as características dela, o seu software ou site pode ter o melhor design pedagógico do mundo, pode ter intenções ótimas para intervenção pedagógica ou terapêutica, mas terá barreiras que impedem a pessoa de ser beneficiada por estas intenções.
Um software ou site com barreiras a pessoa com TEA também pode causar desconforto e estresse desnecessário. E tem um ponto que poucas pessoas prestaram atenção: a autonomia da pessoa com TEA no uso da tecnologia.
Muitas pessoas com TEA conseguem utilizar bem o computador ou o tablet… se alguém estiver ao lado auxiliando onde clicar e o que fazer. Em alguns casos, isto pode sinalizar uma potencial barreira deste software que impede a pessoa de utilizá-lo de forma autônoma.
Imagine um professor ou educador digital que esteja envolvido no planejamento de um Objeto Educacional Digital (OED) para crianças com autismo. Ele pode ter muito conhecimento sobre o autismo e abordagens pedagógicas em sala de aula, mas talvez possa entender pouco sobre a como a tecnologia é utilizada para estas crianças.
Além disso, é muito comum hoje termos equipes multidisciplinares atuando em desenvolvimento de software. Prover um material sobre acessibilidade web somente para um dos grupos só perpetuaria este gap semântico.
Mas como fazer isso?